Revista Mundo Estranho

Qual a diferença entre psicólogo e psiquiatra?

R: A diferença entre esses profissionais começa na formação profissional. Para ser médico psiquiatra é preciso concluir a faculdade de medicina e, posteriormente, fazer uma especialização em psiquiatria. Já para ser psicólogo é necessário concluir a faculdade de psicologia. De uma maneira geral tanto o psicólogo como o médico psiquiatra lidam e trabalham com os sentimentos, angústias e aflições das pessoas, tentando lhes trazer alívio psíquico. Quando esses sentimentos e emoções estão descompensados a ponto de causarem prejuízos significativos nas esferas pessoal, profissional e/ou social, trata-se de possível transtorno mental, passível de tratamento também medicamentoso, que só poderá ser prescrito e manejado pelo médico psiquiatra. Afastamentos do trabalho devido a determinado transtorno psíquico também só poderá ser emitido pelo médico psiquiatra.

 

Como é a formação acadêmica do psiquiatra?

R: A formação inicia-se na faculdade de medicina. Após sua conclusão o médico deve realizar uma especialização em psiquiatria, seja por residência médica ou curso autorizado, certificado e validado pela Sociedade Brasileira de Psiquiatria

 

Quais são as formas de atuação do psiquiatra?

R: O médico psiquiatra pode atuar no tratamento dos transtornos mentais dentro do hospital psiquiátrico, no caso de pacientes internados. Pode atuar em hospitais gerais, auxiliando os médicos de outras especialidades no manejo das questões psiquiátricas de seus pacientes, por meio da interconsulta psiquiátrica, e pode atuar de diversas formas fora do hospital, como em consultórios ambulatoriais, atendendo pacientes a cada determinado período de tempo; em avaliações mentais periciais para auxiliar o Direito na tomada de decisões e julgamentos; na indústria farmacêutica colaborando para o desenvolvimento de novos medicamentos; em instituições de ensino e pesquisa, desenvolvendo projetos e difundindo o conhecimento da especialidade

 

Onde o psiquiatra pode atuar?

R: Mesmo que as formas de atuação.

 

Como os profissionais se complementam?

R: Enquanto o médico psiquiatra faz o diagnóstico; avalia a necessidade de uso de medicações; agenda retornos para reavaliação da evolução da doença para ajustes medicamentosos; avalia prognósticos e terapêuticas futuras, o psicólogo utiliza-se de diversas formas de terapias (cognitivo-comportamental, psicanálise, psicodrama, entre outras), numa freqüência de sessões geralmente maior que as consultas psiquiátricas, e utilizando-se basicamente do diálogo e suas interpretações, auxilia o paciente a compreender melhor sua identidade, características e sofrimento, com o objetivo de poder lidar melhor com seus conflitos e, assim, buscar alívio psíquico.  Essa combinação de tratamento, entre o psicólogo e o médico psiquiatra, é geralmente mais eficaz que apenas uma das linhas isoladas, sendo recomendada na maioria dos casos de transtornos mentais.

 

Quais tipos de remédio são usados para tratar depressão e ansiedade?

R: A primeira linha de tratamento envolve o uso de antidepressivos, tanto para depressão como para ansiedade. Outros medicamentos como benzodiazepínicos, antipsicóticos e anticonvulsivantes também podem fazer parte do tratamento em casos específicos.

Antidepressivos tricíclicos: 

Indicado para:  depressão, distimia,  ansiedade e pânico, TOC, enurese noturna, transtornos dolorosos,  enxaqueca, ejaculação precoce, etc 

Como age no cérebro:  Todos bloqueiam a recaptação de noradrenalina e são antagonistas dos receptores de histamina 1, alfa 1 adrenérgicos e colinérgicos muscarínicos. Bloqueiam canais de sódio sensíveis a voltagem. Alguns também inibem a bomba de recaptação de serotonina ou são antagonistas dos receptores de serotonina 2A e 2C. Enfim, é uma classe ampla com diversos mecanismos de ação. 

Efeito colateral? Se trata de uma classe grande de medicamentos e os efeitos podem varias muito entre cada medicamento.  Boca seca, constipação intestinal, ganho de peso, hipotensão postural, sedação, tontura, visão borrada,  retardo na ejaculação. 

Pode causar dependência? Não 

  

Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) 

Indicado para:  depressão, distimia, ansiedade e pânico, TOC, TEPT, etc 

Como age no cérebro: Inibidores irreversíveis da MAO, que é uma enzima que degrada serotonina e noradrenalina. 

Efeito colateral? Agitação, aumento do apetite, anorgasmia, dor de cabeça,  tonturas, hipotensão postural, crises hipertensivas, etc. O paciente deve evitar alimentos que contenham tiramina, como queijos, fígado e miúdos, embutidos, peixes, vinho, etc. 

Pode causar dependência? Há relatos de pacientes que podem desenvolver dependência farmacológica a tranilcipromina.  

 

Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 

Indicado para: Depressão, distimia, TOC, ansiedade e pânico, transtornos alimentares, TEPT, tricotilomania, impulsividade, ejaculação precoce, transtornos dolorosos, enxaqueca, transtorno disfórico pré menstrual, etc 

Como age no cérebro: Provocam a inibição seletiva potente da recaptação de serotonina.  

Efeito colateral? Náuseas, dor de cabeça, alteração do apetite, insônia ou sonolência, boca seca, retardo na ejaculação e anorgasmia, etc 

Pode causar dependência? Não 

  

Inibidor da recaptação de noradrenalina e dopamina (IRND) 

Indicado para: Depressão, TDAH, tratamento de efeitos colaterais sexuais dos ISRS, tabagismo, etc 

Como age no cérebro: inibição não seletiva dos transportadores da noradrenalina e dopamina, inibindo a recaptação destes neurotransmissores.  

Efeito colateral? Tremores, boca seca, insônia, inquietude, irritabilidade, taquicardia, náuseas, vertigem, visão turva. 

Pode causar dependência? Não 

  

Inibidor seletivo da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN) 

Indicado para: depressão, distimia, ansiedade e pânico, TOC, TEPT, transtornos dolorosos, disforia pré menstrual, etc 

Como age no cerebro:  Combinam inibição do transportador de serotonina dos ISRS a graus variados de inibição do transportador de noradrenalina 

Efeito colateral? Náusea, insônia, tremores, sudoreses, boca seca, disfunção sexual, dor de cabeça, etc 

Pode causar dependência? Não 

  

EXISTEM AINDA OUTRAS VARIEDADES DE ANTIDEPRESSIVOS MAIS OU MENOS DIFUNDIDOS PELA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA. 

 

Entres estas classes, quais seriam indicadas também para o tratamento do transtorno de ansiedade? 

PARA ANSIEDADE PODEM SER UTILIZADOS ISRS,  TRICÍCLICOS, ISRSN, IMAOS, ENTRE OUTROS. EXISTEM OUTROS MEDICAMENTOSC NÃO ANTIDEPRESSIVOS QUE PODEM SER UTILIZADOS PARA ANSIEDADE, COMO ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS E ANTICONVULSIVANTES. 

 

É IMPORTANTE RESSALTAR QUE NEM SEMPRE OS MEDICAMENTOS SÃO SUFICIENTES PARA O CONTROLE DOS SINTOMAS TANTO DE DEPRESSÃO COMO DE ANSIEDADE. É MUITO IMPORTANTE QUE SEJAM ADOTADAS ESTRATÉGIAS NÃO FARMACOLÓGICAS COMO PSICOTERAPIA, EXERCÍCIOS FÍSICOS E MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA. 

 

O MAIS IMPORTANDE É RESSALTAR QUE NÃO EXISTE ANTIDEPRESSIVO “BOM” OU “RUIM”, O QUE EXISTE É O MELHOR ANTIDEPRESSIVO INDICADO PARA AQUELE INDIVIDUO QUE SE ESTA TRATANDO, LEVANDO EM CONTA SINTOMAS CLINICOS E PERFIL DE TOLARABILIDADE PARA REAÇÕES ADVERSAS.